Bilhete de Guardanapo


 


Hoje encontrei um bilhete no guardanapo da minha imaginação, riscado com a pena dos meus pensamentos e melado no tinteiro das minhas fantasias, que acho que dizia, assim:

“Teu beijo nessas coisas de importância maior, teve foi bulindo de jeito um tanto aprumado o que nem imagina. Avalie, que foi um gosto de canto de boca de perdão, daqueles bem perdoado de fazer inveja a qualquer rosário de quatorze Ave Maria, três Pai Nosso, um salve todos e duas promessas de ré que ninguém cumpri. Um gosto tão gostado, que chega fiquei acreditado, que o caboclo carece de mudar e se renovar a cada raiar do sol... Teu beiço foi leve como nossa amizade, foi calmo como o tempo que passa entortando bem o prumo pra junto da gente. Foi de um dengo caprichado e cochicho de choro baixo, como todas as vezes que te reencontro nos emparelhar dos nossos corpos quando balançam nas danças.

Tu não me beijaste danada, vós me destes foi um alívio de alma...

Isso vale que só a gota...

Saudade sempre carrego, razão até demais e vontade quem mais tinha tá aqui.”

 

Pedro Drope (03/10/2012)
 
 

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