O velho novo.

Foto por Pedro Drope

Eu estava ainda há pouco tentando convencer Luiz (O Coelho, “o meu companheiro de quando vou beber água”), que a liberdade é encantadora e bem melhor que a segurança. Mas, só pra vocês entenderem, Luiz viveu durante alguns anos dentro de uma grande gaiola, mesmo grande é uma gaiola, e isso o limita bastante, acho que por isso ele tá tão gordinho e com grandes unhas. Porém, na semana passada, resolvi lutar pela liberdade dele e consegui. Hoje ele vive livre, a gaiola fica totalmente aberta, mas muitas vezes vou até lá e, acredite você, ele está dentro da gaiola com as portas abertas, vai até a janela, coloca a cabeça pra receber alguns carinhos e chega a fechar os olhos quando recebe, ele acha que aqueles pequenos carinhos diários é o bastante para ele permanecer enjaulado, vai entender!!! Às vezes ele até arrisca a sair por uns dez metros de distância dela, observar tudo de braços cruzados e volta a beber a mesma água e comer a mesma ração, todos os dias. A segurança o agrada mais do que a liberdade. Porém, acredito que seja o medo do novo, o medo de arriscar perder tudo e ganhar um tudo novo, o medo de trocar o certo pelo duvidoso. Por outro lado, ele nem sabe como esse local aqui fora é tão grande e lindo, poderia ser chamado facilmente de liberdade sem fim, de tanto espaço pra ele correr e saltar, frutas de todos os tipos, tantos animais livres, a natureza na sua forma original, rios, pássaros e até um lago a 20 metros da sua jaula cheio de tartarugas. Acho que ele iria adorar passar a tarde se divertindo com elas. Mas, ele não arrisca ser feliz, a conhecer as coisas novas e ficar encantado, a ter liberdade, a sorrir como os outros animais livres, me parece que desfrutar de um novo não é pra ele. Quem não se abre para o novo é sempre velho.
E você, quando vai arriscar sair dessa sua jaula e ser feliz?

Pedro Drope (16/03/2012)

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