Sempre um palhaço


Uma vez por ano me visto de um palhaço em preto e branco, um simples Pierrô apaixonado, que anda vestido blusa longa e calças folgadas brancas herdadas do seu irmão mais velho. Um idealizador do amor, um sonhador e ingênuo, carregando uma lágrima preta que escorre no rosto de base de tinta branca, um poeta que toca em seu pequeno violão e cantarola canções de amor e saudades, um boemio em noites de luar, sobre as ruas do Recife Antigo... Por sentir falta de um amor que partiu nos braços de um palhaço colorido de nome: Alecrim, que também é apaixonado por Colombina, mas nem sempre é fiel e o romance dos dois é cheio de idas e vindas... Mas, continuo na esperança de envolver-la nos meus sonhos e encantos do meu amor impossível que dura apenas até chegar às cinzas de uma quarta-feira.
Logo depois, nos demais dias volto a ser esse palhaço de cores livres e que só sabe voar, deixar marcas de amor e arrancar sorrisos. Um que em todos os seus amores é tão bem correspondido e que já mais sente algum tipo de solidão, o mesmo que deixa uma platéia de pé em eufóricos aplausos...


Porém a coisa mais difícil é descobrir quando sou um e quando sou o outro.

Pedro droPe... (17/08/2007)


Ps: Sem nunca saber o porquê fui escolher essa fantasia nos dias de alegria geral.
O Pierrot é um personagem da Commedia Dell’Arte, apaixonado pela Colombina, mas não é correspondido. Teve como origem o personagem italiano Pedrolino.

Comentários

Anônimo disse…
Pedro,


belíssimo texto!

Só um dia por ano?!

Mas, por que querer saber quando é um ou outro?

Deixe fluir...



Abraços, flores, estrelas..


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