Sentimentos

Foto by Pedro droPe...

Flores, sempre cheias de cores, desenhos, rabiscos, rascunhos e em certos momentos escultura que cravo nos dedos. Deixo-me carregar pelos cantos, pranto de sorrisos, gritos e gemidos, pra deixarmos de ser santos, sem prece, sem pressa e só apenas meia-luz. Segura, molha o que depois assopra e seduz pra que entre na dança que você canta. Deslizo a língua elevando-se sem pressa sobre as pernas para trazer-te na minha boca, que beija e sente o gosto do que deságua pra misturar o que é só seu a minha saliva. Mas, bem antes que eu possa acompanhar já entonas e abre a contagem, treme as pernas que me aperta, pulsa, prende e passa, temos apenas suspiros seguidos de almas de gargalhadas nem um pouco forçadas e assim exala teus perfumes transbordantes de acordes e trava em meu travesseiro pra deixar teu cheiro. Alguns segundos, bem lento, bem leve e me leva a não sair, seguro e nem se quer respiro, só sinto esse teu ballet de silêncio... Pára tudo! Buscamos um ar novo. Se balanço me segura na trava da cintura, coloco força, desejos e vontade pra bem mais, busco o ritmo para voltarmos a nossa mais nova dança de uma canção que se renova de poesias completas de ternuras, loucas e bem livres...
Um quarto de cortinas fechadas e que tem como luz, o dia que já nasce e transpassa as brechas e deixa tudo nublado, não precisamos de sol e nem de trilhas, a não ser sonora, esquecemos a hora, o sono, o medo, somos sós e apenas desejos. Prendo os meus cabelos molhados que correm aos seios e solto a língua que se mistura com os beijos que brincam sobre teu corpo deitado, que se espreme contra o colchão e o canto da parede. Sinto a mão que me puxa é a mesma que desarruma os lençóis e encravar as unhas nas minhas costas, é quando me leva pra cima e me carrega pra dentro, arrastado bem firme pele com pele, corpo em cima de corpo, gosto a gosto, sentir com o prazer. Nessa hora sinto tua boca parar meu mundo, a respiração que sai forçada lá do fundo e em meio aos ruídos, lábios que tocam lábios embebêssidos de vinho tinto suave em beijos leves de pequenas mordidas. Por ora as bocas se perdem e são as cinturas que emitem os sons, respiramos alto e forçado, em meio às palavras que excitam aos gemidos que exprimem todo esse sentimento e me implora, sussurrando, pra que aumente com força o ritmo e que não pare, por que já está chegando perto do fim... Alguns segundos, aos gritos, vários gemidos, as mãos apertam aos corpos que se exprimem, pernas bambeiam, contraem, pulsam, tremem e rangem os dentes dentro do meu ouvido, é quando chegamos juntos ao ápice do prazer neste momento mágico que nos faz esquecer até o próprio nome. No ato mais sublime da harmonia e equilíbrio humano, em resposta a todo esse amor, ela deixa que as lágrimas caiam ao rosto e chora sorrindo em meu peito nos deixando completamente voando, em liberdade e cheios de vida...

Sem dizer palavra alguma, com sorriso, abraça-me e dorme...

Pedro droPe... (25/julho/2007)

Todo feito devido ouvir diversas vezes a música Sem.Ti.Mentos de Ana Carolina.